Os capítulos aqui reunidos desdobram as temáticas do “corpo”, da “vida” e da “biopolítica” em assuntos que percorrem a epistemologia das ciências da vida, a arqueologia foucaultiana das ciências empíricas, a crítica de Foucault à psicanálise, a questão da loucura e da psiquiatria em torno da mulher e das questões de gênero, os dispositivos de segurança e biopolíticos envolvendo a noção de população, as relações entre subjetividade e verdade, o problema do governo de si e dos outros e as novas (...) publicações atribuídas a Foucault desde a recente publicação de As Confissões da Carne. Os trabalhos - de Gustavo Caponi (UFSC), José Ternes (UFG), Pedro Cattapan (UFF), Sandra Caponi (UFSC), Regiane Collares (UFCA), Fabio Gesueli (UNICAMP) e Malcom Rodrigues (UEFS/UFBA) contribuem com diversas discussões em torno de Foucault. -/- As contribuições são resultado do I e II Encontro de Estudos sobre Michel Foucault, eventos nacionais ocorridos em 2020-2021 e organizados pelo projeto de extensão da UFF - IHS - RPS intitulado “Introdução ao pensamento de Michel Foucault - Grupo de Estudos Jaguar do Fucô”, coordenado por Alessandra Daflon e Marcio Miotto. Os temas dos dois eventos foram “História da Sexualidade e Biopolítica” e “Corpo e Vida em Foucault”. Elas fomentaram verdadeiros diálogos extensionistas a partir dos estudantes de graduação da UFF. O livro é dedicado a Roberto Machado e Heliana Conde, entusiastas do evento e do grupo de extensão. (shrink)

REPRODUÇÃO ANIMAL: O CICLO ESTRAL DE BOVINOS LEITEIROS – Desenvolvimento Folicular, Corpo Lúteo e Etapas do Estro ANIMAL REPRODUCTION: THE OESTROUS CYCLE OF DAIRY BOVINES -Follicular Development, Corpus Luteum and Stages of Estrus Apoio: Emanuel Isaque Cordeiro da Silva Departamento de Zootecnia da UFRPE E-mail: [email protected] WhatsApp: (82)98143-8399 FISIOLOGIA CLÍNICA DO CICLO ESTRAL DE BOVINOS LEITEIROS 1. RESUMO A fêmea bovina apresenta ciclos estrais em intervalos de 19 a 23 dias e estes só são interrompidos durante a gestação ou devido (...) a alguma patologia. O estro é o período de aceitação da cópula e tem uma duração de 8 a 18 horas. Durante o metaestro ocorre a ovulação e se desenvolve o corpo lúteo. O diestro é o estágio mais longo do ciclo e é caracterizado pela presença de um corpo lúteo. Se a gestação não for estabelecida, o endométrio segrega prostaglandina F2α(PGF2α) o que induz a luteólise, reiniciando assim um novo ciclo. 2. EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-OVÁRIO As hormonas são substâncias produzidas por diferentes células do organismo que exercem funções específicas em outras células (células brancas). Algumas hormonas atuam na mesma célula que a secreta (atividade autocrina), outras nas células vizinhas (atividade parácrina) e outras são transportadas pelo sangue e exercem a sua função em células de outros órgãos (atividade endócrina). Existem outros tipos de hormônios que comunicam a diferentes indivíduos e são conhecidos como feromônios. Os feromônios regulam diferentes funções, entre as quais se destacam as reprodutivas. O hipotálamo encontra-se na base do cérebro, é formado por núcleos pares de neurônios e comunica-se com a hipófise através de um sistema circulatório especializado conhecido como sistema porta-hipotálamo-hipofisário. Os neurônios da área ventromedial e da área pré-óptica do hipotálamo secretam a hormona libertadora das gonadotropinas (GnRH), que por sua vez chega à hipófise através do sistema porta-hipotálamo-hipofisário e estimula a secreção da hormona luteinizante (LH) e da hormona folículo estimulante (FSH). A LH mantém um padrão de secreção paralelo à secreção da GnRH; ou seja, uma parcela de GnRH corresponde a uma parcela de LH, ao contrário da FSH que tem uma produção basal elevada inibida pelo estradiol e inibina, por este motivo, a sua secreção não apresenta um padrão pulsante semelhante à LH. A GnRH tem duas formas de secreção: a primeira é pulsante ou tônica, regulada por estímulos externos (fotoperíodo, bioestimulação, amamentação) e por estímulos internos (metabolitos, hormonas metabólicas, hormonas sexuais); a segunda forma é pré-ovulatória ou cíclica e é estimulada pelos estrogênios durante o estro e inibida pela progesterona. A secreção de alguns hormônios, bem como diversos processos fisiológicos, são sincronizados com a duração do dia e da noite (ritmos endógenos). A luz é percebida pelos fotorreceptores da retina e o sinal luminoso chega à glândula pineal através de conexões neuronais (trato retino-hipotalâmico). Na glândula pineal, o estímulo produzido pela luz inibe a síntese da melatonina. Desta forma, a duração do dia e da noite (fotoperíodo) é registada pelas variações nas concentrações da melatonina. Na vaca, sabe-se que o fotoperíodo influencia alguns processos reprodutivos, embora não seja, em sentido estrito, uma espécie com um padrão reprodutivo sazonal. Os feromônios sexuais são excretados através da urina, fezes e fluidos corporais; eles são percebidos pelo epitélio olfatório e órgão vomeronasal. Posteriormente, algumas vias nervosas, estimulam no hipotálamo a frequência dos pulsos de secreção da GnRH. A exposição a feromonas femininas provoca no macho um aumento na frequência de secreção do LH e isto por sua vez aumenta as concentrações de testosterona. Os feromônios masculinos induzem na fêmea um aumento da frequência de secreção do LH, estimulando o crescimento folicular e a secreção de estradiol. A estimulação sexual provocada pelo macho ou pela fêmea é denominada bioestimulação. As alterações na condição corporal estão positivamente correlacionadas com as concentrações séricas de insulina, fator de crescimento semelhante à insulina tipo I (IGF- I) e leptina. Assim, quanto maior a classificação da condição corporal, maior é a concentração sérica destas hormonas, que atuam como sinais que chegam ao hipotálamo e modificam a frequência de secreção da GnRH. Por exemplo, a transição do anestro para a ciclicidade coincide com um aumento da condição corporal e das concentrações de insulina, IGF- I e leptina (figura 1). Figura 1. A transição do anestro para a ciclicidade coincide com um aumento da condição corporal e das concentrações de insulina, IGF- I e leptina. Estas hormonas atuam como sinais que chegam ao hipotálamo e aumentam a frequência de secreção da GnRH. Fonte: GALINA, et al. 2008. Os estrogênios podem ter um feedback positivo ou negativo sobre a secreção da GnRH, o que depende da fase do ciclo reprodutivo. Em animais pré-púberes e em anestro pós-parto, os estrogênios inibem a secreção de GnRH, mas durante o período de proestro e estro há uma estimulação para a secreção de GnRH. A progesterona reduz a secreção da GnRH, bem como a resposta da hipófise à GnRH, inibindo assim a maturação folicular e a ovulação. Por esta razão, a progesterona foi utilizada com sucesso como contraceptivo em humanos e para o controle artificial da reprodução em animais domésticos (figura 2). Figura 2. Retroalimentação entre o hipotálamo, hipófise e o ovário. A GnRH estimula na hipófise a síntese e secreção de LH e FSH. Na fase pré-púbere e no anestro pós-parto, os estrogênios inibem a secreção de GnRH, enquanto no proestro e estro, estimulam-na. A progesterona inibe a secreção da GnRH e diminui a resposta da hipófise à GnRH. Os estrogênios e a inibina suprimem a secreção de FSH diretamente na hipófise. Fonte: GALINA, et al. 2008. Os neurônios secretores da GnRH não têm receptores para estrogênios nem progesterona, pelo que estas hormonas não têm forma de regular diretamente a secreção da GnRH. Existe um grupo de neurônios hipotalâmicos que exprimem o gene Kiss-1 que codifica o peptídeo kisspeptina. Os neurônios secretores da GnRH têm receptores para este peptídeo, de modo que a kisspeptina fornece a informação aos neurônios secretores da GnRH em relação às concentrações de hormônios sexuais. A kisspeptina é um potente estimulador (secretagogo) da secreção da GnRH e é muito provável que nos próximos anos venha a fazer parte dos recursos hormonais para o controle artificial da reprodução, não só nos bovinos, mas em todas as espécies domésticas. 3. DESENVOLVIMENTO FOLICULAR O ovário é responsável pela produção de ovócitos e pela síntese de hormônios sexuais, estrogênios e progesterona, que promovem e regulam a fertilização do ovócito e a manutenção da gestação. O ovócito encontra-se no interior do folículo ovárico rodeado por células granulosas que participam de forma ativa no seu crescimento e maturação. As experiências in vitro demonstram a dependência dos ovócitos das células da granulosa, assim, quando os ovócitos são induzidos a amadurecer devem estar rodeados por várias camadas de células da granulosa para que este processo seja bem sucedido, caso contrário, não adquirem o potencial para desenvolver um embrião. Embora as células da teca interna não estejam em contato direto com o ovócito, seu papel na maturação deste o exercem mediante a produção de andrógenos, mesmos que são convertidos em estrogênios pelas células da granulosa. Além disso, as células da teca favorecem o estabelecimento da rede capilar que apoia o desenvolvimento folicular. Por outro lado, os novos conhecimentos indicam que o ovócito não é um elemento passivo no desenvolvimento folicular, mas regula a função das células foliculares; o que significa que ele próprio participa na criação de um microambiente ideal para a sua maturação. Além disso, é possível que o ovócito tenha um papel na ativação do desenvolvimento dos folículos primordiais. A fêmea bovina nasce com aproximadamente 200 mil folículos, dos quais muito poucos se ativam e iniciam seu crescimento, e a maior parte deles sofre atresia em diferentes etapas de desenvolvimento. Ao nascimento, os folículos estão na fase mais elementar e são conhecidos como folículos primordiais. Posteriormente estes folículos se ativam e se transformam em folículos primários e secundários; até este momento os folículos não têm antro (etapa pré-antral) e seu desenvolvimento é independente das gonadotropinas. Quando os folículos formam o antro são conhecidos como folículos terciários e seu desenvolvimento é dependente das gonadotropinas (etapa antral). O crescimento folicular no estágio antral ocorre em forma de ondas e cada onda começa com um aumento nos níveis de FSH, o qual promove o crescimento de um grupo de cinco a seis folículos (~4 mm de diâmetro); este processo é conhecido como recrutamento. Subsequentemente, um único folículo continua a crescer (folículo dominante), o que provoca um aumento das concentrações de estrogênios e inibina, uma diminuição das concentrações de FSH e atresia dos folículos subordinados, pois eles dependem totalmente desta hormona, enquanto o folículo dominante continua o seu desenvolvimento estimulado pela LH. O folículo dominante perdura de quatro a seis dias e se não chega a ovular, sofre atresia. Após a atresia do folículo dominante, diminuem-se os níveis de estrogênio e inibina, observa-se um aumento das concentrações de FSH e inicia-se uma nova onda folicular. O folículo dominante que está presente quando o corpo lúteo sofre regressão, continua seu desenvolvimento e ovula, em resposta ao pico pré-ovulatório de LH. Além de promover a liberação do ovócito, a secreção pré-ovulatória de LH regula a formação do corpo lúteo a partir das células foliculares, processo conhecido como luteinização. Durante o ciclo estral são apresentadas de duas a três ondas foliculares. As vacas com três ondas foliculares têm uma fase lútea mais longa e, consequentemente, um ciclo estral mais longo, de 22 a 23 dias; enquanto as vacas com duas ondas apresentam um ciclo estral de 18 a 21 dias. Nas vacas leiteiras, cerca de 70% apresentam duas ondas foliculares, enquanto 30% exibem três ondas (figura 3 e 4). Nas vacas com duas ondas foliculares, o período de dominação folicular é maior do que nas de três ondas. O tempo de dominação influencia o potencial dos ovócitos para desenvolver um embrião viável; assim, a porcentagem de concepção é menor quando ovulam folículos que tiveram mais dias de dominação dos que quando ovulam folículos com menor tempo de dominação (figura 5). Figura 5. O crescimento folicular no estágio antral ocorre na forma de ondas. Cada onda começa com um aumento nas concentrações de FSH, o que promove o recrutamento de cinco a seis folículos (~4 mm de diâmetro). Posteriormente um único folículo continua crescendo (folículo dominante), enquanto seus companheiros (subordinados) sofrem atresia. O folículo dominante perdura de quatro a seis dias e se não chega a ovular, sofre atresia. Após a atresia do folículo dominante observa-se um aumento das concentrações de FSH, iniciando-se uma nova onda folicular. 3.1 Ovulação múltipla Nos últimos anos tem-se observado um aumento na proporção de vacas com ovulação múltipla (20% x 1% em novilhas), o que tem provocado um aumento da proporção de partos gêmeos (8% x 1% em novilhas). A frequência de vacas com ovulação múltipla está associada com a alta produção de leite; de modo que, as vacas que produzem menos de 40 kg mostram 6% de ovulações múltiplas e aquelas que produzem mais de 50 kg alcançam até 50%. A causa deste fenômeno ainda é obscura, contudo, observaram-se diferenças nas concentrações de FSH, de tal forma que as vacas que desenvolvem de dois a três folículos dominantes numa onda folicular, apresentam níveis de FSH mais elevados que as vacas que têm apenas um folículo dominante. Em vacas em lactação, a concentração de progesterona é baixa devido ao aumento do metabolismo hepático, o que aumenta a sua taxa de eliminação. Foi observado que as vacas que tiveram uma fase lútea com níveis de progesterona mais elevados, no ciclo anterior à inseminação, apresentam menos ovulações múltiplas em comparação com as vacas que tiveram níveis de progesterona mais baixos. Propõe-se que as baixas concentrações de progesterona permitam um aumento da frequência de secreção da GnRH e, consequentemente, da LH e da FSH, favorecendo a predominância múltipla e, eventualmente, a ovulação de mais de um folículo. Nos rebanhos leiteiros, as gestações gêmeas não são desejáveis porque aumenta o risco de perda da gestação e, se esta chegar ao término, haverá o risco de perda da gestação e, se esta for concluída, o risco de distorcia é consideravelmente mais elevado (figuras 6, 7, 8 e 9). Figura 6. As baixas concentrações de progesterona sérica nas vacas em lactação permitem um aumento da frequência de secreção da GnRH, bem como o aumento da LH e da FSH. Isto favorece a dominação múltipla e eventualmente a ovulação de mais de um folículo. Esta figura mostra a dominância de dois folículos em cada onda folicular (codominância). Figura 7. Ovários de uma vaca leiteira em diestro com três folículos dominantes. Figura 8. Ovários de uma vaca leiteira com três corpos lúteos. Figura 9. Ovários de uma vaca leiteira com dois corpos hemorrágicos. Fonte: Acervo pessoal do autor. IFPE, 2017-18. 4. DESENVOLVIMENTO E CONTROLE DA FUNÇÃO DO CORPO LÚTEO Quando o folículo dominante completa sua maturação, ele produz níveis de estrogênio suficientes para provocar a liberação máxima da GnRH, o que desencadeia o pico pré-ovulatório da LH. Esta secreção de LH provoca a ovulação e inicia as mudanças para que o folículo se transforme em um corpo lúteo, processo conhecido como luteinização. A luteinização compreende todas as mudanças morfológicas, endócrinas e enzimáticas que ocorrem no folículo ovulatório até que este se transforme num corpo lúteo. O processo de luteinização começa a partir da elevação pré-ovulatória de LH; mesmo antes da ovulação. A luteinização do folículo dominante (≥8 mm de diâmetro) pode ser induzida hormonalmente pela injeção de GnRH ou gonadotropina coriónica humana (hCG). A ovulação ocorre em média 30 horas após o pico pré-ovulatório de LH. A secreção pré-ovulatória de LH desencadeia a liberação de enzimas proteolíticas e de mediadores da inflamação na parede folicular, as quais degradam o tecido conjuntivo e ocasionam morte celular. Posteriormente, a PGF2α induz contrações da teca externa, levando à ruptura folicular e à expulsão do ovócito. Após a ovulação, as células da teca interna e da granulosa migram e distribuem-se nas paredes do folículo. As células da teca interna se diferenciam e se multiplicam em células lúteas pequenas, enquanto que as células da granulosa se hipertrofiam e dão origem às células lúteas grandes. Estas alterações são facilitadas pela ruptura da membrana basal que separa a camada celular da granulosa da teca interna. Em forma paralela começa a formação de uma ampla rede de capilares que se distribuem em todo o corpo lúteo em formação, e chegam a constituir até 20% do volume desta estrutura (figuras 10 e 11). A progesterona é o principal produto de secreção do corpo lúteo. No quinto dia do ciclo estral, as concentrações séricas desta hormona são superiores a 1 ng/ ml, indicando que o corpo lúteo adquiriu a sua plena funcionalidade. A progesterona atua basicamente sobre os órgãos genitais da fêmea, sendo responsável pela preparação do útero para o estabelecimento e manutenção da gestação. Na mucosa do oviduto e do útero, estimula a secreção de substâncias que promovem o desenvolvimento do embrião, até que este comece a nutrir-se através da placenta. A progesterona suprime a resposta imunitária do útero, o que é necessário para tolerar o embrião, já que este é um tecido estranho para a vaca. Além disso, a progesterona evita as contrações do útero, fecha o colo do útero e modifica as características do muco cervical, tornando-o mais viscoso, impedindo a passagem de agentes estranhos para o interior do útero. Na glândula mamária estimula o desenvolvimento do sistema alveolar, preparando-a para a síntese e a secreção de leite. 5. REGRESSÃO DO CORPO LÚTEO A regressão lútea é um processo ativo ocasionado pela secreção uterina da PGF2α. O mecanismo pelo qual se inicia a síntese e secreção da PGF2α depende de uma interação entre o corpo lúteo, os folículos e o útero. Os estrogênios produzidos no folículo dominante desempenham um papel importante no início da secreção de PGF2α, uma vez que promovem a síntese de receptores para oxitocina. Além disso, os estrogénios estimulam no endométrio a produção da fosfolipase A e da ciclooxigenase; enzimas indispensáveis para a síntese da PGF2α. Durante o ciclo estral, a progesterona inibe a síntese da PGF2α através da supressão da formação de receptores para o estradiol. Após um período de 12 a 14 dias de exposição à progesterona, as células endometriais tornam-se insensíveis à progesterona. Quando isso ocorre, as células endometriais sintetizam receptores para estradiol, permitindo que o estradiol produzido no folículo dominante estimule a síntese de receptores para oxitocina. Neste momento, o endométrio está pronto para sintetizar e secretar PGF2α, em resposta ao estímulo da oxitocina. A primeira secreção de oxitocina é de origem hipotalâmica, o que desencadeia o primeiro pulso de PGF2α. Os seguintes episódios de PGF2α são induzidos pela oxitocina produzida no corpo lúteo. A PGF2α é secretada em episódios (pulsos) com intervalos de seis a oito horas, sendo necessários cinco a seis episódios para a luteólise ocorrer. Se a PGF2α não seguir este padrão de secreção, a regressão do corpo lúteo falhará. Além da PGF2α de origem uterina, o corpo lúteo também produz PGF2α, que aumenta o efeito luteolítico. A falta de sensibilidade à PGF2α observada nos corpos lúteos imaturos (primeiros cinco dias após a ovulação) deve-se ao fato de, neste período, o corpo lúteo ainda não produzir PGF2α (figura 12, 13 e 14). 6. ETAPAS DO CICLO ESTRAL O ciclo estral é dividido em quatro etapas bem definidas. 6.1 Estro Neste estágio a fêmea aceita a cópula ou a monta de outra vaca. O estro é provocado pelo aumento significativo das concentrações de estradiol produzido pelo folículo pré-ovulatório e pela ausência de um corpo lúteo. A duração desta etapa é de 8 a 18 horas. 6.2 Metaestro O metaestro é a etapa posterior ao estro, tem uma duração de quatro a cinco dias. Durante esta etapa ocorre a ovulação e se desenvolve o corpo de lúteo. Após a ovulação, observa-se uma depressão no lugar ocupado pelo folículo ovulatório (depressão ovulatória) e, posteriormente, se desenvolve o corpo hemorrágico (corpo lúteo em processo de formação). Durante o metaestro, as concentrações de progesterona começam a aumentar até atingirem níveis superiores a 1 ng/ml, momento a partir da qual considera-se que o corpo lúteo atingiu a maturidade. O momento em que as concentrações de progesterona são superiores a 1 ng/ml toma-se como critério fisiológico a determinação do fim do metaestro e o início do diestro. Um evento hormonal que se destaca neste período consiste na apresentação do pico pós-ovulatório de FSH, o qual desencadeia a primeira onda de desenvolvimento folicular. Algumas vacas apresentam sangramento conhecido como sangramento metaestral (figura 15). 6.3 Diestro O diestro é o estágio de maior duração do ciclo estral, de 12 a 14 dias. Durante este estágio o corpo lúteo mantém sua plena funcionalidade, o que se reflete em concentrações sanguíneas de progesterona, maiores que 1 ng/ml. Além disso, nesta fase, pode-se encontrar folículos de tamanho diferente devido às ondas foliculares. Após 12-14 dias de exposição à progesterona, o endométrio começa a secretar PGF2α em um padrão pulsátil, ao qual termina com a vida do corpo lúteo e com o diestro. Em termos endócrinos, quando o corpo lúteo perde a sua funcionalidade, ou seja, quando as concentrações de progesterona diminuem abaixo de 1 ng/ml, finaliza-se o diestro e começa o proestro. Convém mencionar que durante esta fase, a LH é secretada com uma frequência muito baixa e a FSH tem incrementos responsáveis pelas ondas foliculares. 6.4 Proestro O proestro caracteriza-se pela ausência de um corpo lúteo funcional e pelo desenvolvimento e maturação do folículo ovulatório. O proestro na vaca dura de dois a três dias. Um evento hormonal característico desta etapa é o aumento da frequência dos pulsos de secreção de LH que levam à maturação final do folículo ovulatório e ao aumento do estradiol sérico, que desencadeia o estro. Para além da classificação do ciclo estral acima descrita, existe outra que divide o ciclo em duas fases: progestacional (lútea) e estrogênica (folicular). A fase progestacional inclui o metaestro e o diestro, e a fase estrogênica ao proestro e estro (figura 16). Figura 16. Etapas do ciclo estral. Adaptado e elaborado a partir de FERREIRA, 2010. 7. CONCLUSÕES PRÉVIAS  O ciclo estral dura de 19 a 23 dias.  A vaca é receptiva durante 8 a 18 horas (estro).  Ao nascimento uma bezerra tem cerca de 200 mil folículos primordiais.  Durante o ciclo estral se apresentam de duas a três ondas foliculares.  De cinco a seis folículos são recrutados em cada onda folicular.  Cerca de 70% das vacas têm duas ondas foliculares e 30% apresentam três ondas.  Entre 10 e 20% das vacas têm ovulações múltiplas (dois a três folículos) e 8% têm partos gêmeos.  A ovulação ocorre 30 horas após o pico pré-ovulatório de LH.  A secreção pré-ovulatória de LH é de 15 a 30 ng/ml.  12 a 14 dias são necessários para que o endométrio se torne insensível à progesterona e comece a secretar PGF2α. - São necessários cinco a seis pulsos de PGF2α com um intervalo de oito horas para ocasionar a luteólise.  O corpo lúteo não é sensível à PGF2α nos primeiros cinco dias do ciclo estral. Emanuel Isaque Cordeiro da Silva – Departamento de Zootecnia da UFRPE Recife, 2020. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, Nadja Gomes; PEREIRA, Marcos Neves; COELHO, Rodrigo Michelini. Nutrição e reprodução em vacas leiteiras. Revista Brasileira de Reprodução Animal, p. l1248-l1248, 2009. ARBOLEDA, José Leonardo Ruiz; URIBE-VELÁSQUEZ, Luis Fernando; OSORIO, José Henry. Factor de crecimiento semejante a insulina tipo 1 (IGF-1) en la reproducción de la hembra bovina. Vet. zootec, v. 5, n. 2, p. 68-81, 2011. BARUSELLI, Pietro Sampaio; GIMENES, Lindsay Unno; SALES, José Nélio de Sousa. Fisiologia reprodutiva de fêmeas taurinas e zebuínas. Revista Brasileira de Reprodução Animal, v. 31, n. 2, p. 205-211, 2007. COLE, H. H.; CUPPS, P. T. Reproduction in domestic animals. 1ª ed. Londres: Academic Press, 1977. DA SILVA, Emanuel Isaque Cordeiro. Características Gerais dos Bovinos/General Characteristics of Cattle Bovine. Disponível em: ———. Acesso em: Fevereiro de 2020. 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Lavras: UFLA, 1997. (shrink)

Conceptual engineering is commonly characterized as the method for assessing and improving our representational devices. Little has been said, however, on how best to construe these representational devices—in other words, on what conceptual engineering should be all about. This paper tackles this problem with a basic strategy: First, by presenting a taxonomy of the different possible subject matters for conceptual engineering; then, by comparatively assessing them and selecting the most conducive one with a view to making conceptual engineering an actionable (...) method, that is, a method that can be applied effectively and consistently to specific case studies. The outcome is that conceptual engineering should be all about concepts on pain of pragmatic inconsistencies otherwise. (shrink)

This article aims to review the standard objections to dualism and to argue that will either fail to convince someone committed to dualism or are flawed on independent grounds. I begin by presenting the taxonomy of metaphysical positions on concrete particulars as they relate to the dispute between materialists and dualists, and in particular substance dualism is defined. In the first section, several kinds of substance dualism are distinguished and the relevant varieties of this kind of dualism are selected. The (...) remaining sections are analyses of the standard objections to substance dualism : It is uninformative, has troubles accounting for soul individuation, causal pairing and interaction, violates laws of physics, is made implausible by the development of neuroscience and it postulates entities beyond necessity. I conclude that none of these objections is successful. (shrink)

Gottfried Leibniz embarked on a research program to prove all the Aristotelic categorical syllogisms by diagrammatic and algebraic methods. He succeeded in proving them by means of Euler diagrams, but didn’t produce a manuscript with their algebraic proofs. We demonstrate how key excerpts scattered across various Leibniz’s drafts on logic contained sufficient ingredients to prove them by an algebraic method –which we call the Leibniz-Cayley (LC) system– without having to make use of the more expressive and complex machinery of first-order (...) quantificational logic. In addition, we prove the classic categorical syllogisms again by a relational method –which we call the McColl-Ladd (ML) system– employing categorical relations studied by Hugh McColl and Christine Ladd. Finally, we show the connection of ML and LC with Boolean algebra, proving that ML is a consequence of LC, and that LC is a consequence of the Boolean lattice axioms, thus establishing Leibniz’s historical priority over George Boole in characterizing and applying (a sufficient fragment of) Boolean algebra to effectively tackle categorical syllogistic. (shrink)

Black holes are arguably the most extraordinary physical objects we know in the universe. Despite our thorough knowledge of black hole dynamics and our ability to solve Einstein’s equations in situations of ever increasing complexity, the deeper implications of the very existence of black holes for our understanding of space, time, causality, information, and many other things remain poorly understood. In this paper I survey some of these problems. If something is going to be clear from my presentation, I hope (...) it will be that around black holes science and metaphysics become more interwoven than anywhere else in the universe. (shrink)

The COVID-19 pandemic has brought significant challenges to healthcare systems worldwide, and in Africa, given the lack of resources, they are likely to be even more acute. The usefulness of Traditional African Healers in helping to mitigate the effects of pandemic has been neglected. We argue from an ethical perspective that these healers can and should have an important role in informing and guiding local communities in Africa on how to prevent the spread of COVID-19. Particularly, we argue not only (...) that much of the philosophy underlying Traditional African Medicine is adequate and compatible with preventive measures for COVID-19, but also that Traditional African Healers have some unique cultural capital for influencing and enforcing such preventive measures. The paper therefore suggests that not only given the cultural context of Africa where Traditional African Healers have a special role, but also because of the normative strength of the Afro-communitarian philosophy that informs it, there are good ethical reasons to endorse policies that involve Traditional Healers in the fight against COVID-19. We also maintain that concerns about Traditional African Healers objectionably violating patient confidentiality or being paternalistic are much weaker in the face of COVID-19. (shrink)

The ontology behind quantum mechanics has been the subject of endless debate since the theory was formulated some 100 years ago. It has been suggested, at one time or another, that the objects described by the theory may be individual particles, waves, fields, ensembles of particles, observers, and minds, among many other possibilities. I maintain that these disagreements are due in part to a lack of precision in the use of the theory’s various semantic designators. In particular, there is some (...) confusion about the role of representation, reference, and denotation in the theory. In this article, I first analyze the role of the semantic apparatus in physical theories in general and then discuss the corresponding ontological implications for quantum mechanics. Subsequently, I consider the extension of the theory to quantum fields and then analyze the semantic changes of the designators with their ontological consequences. In addition to the classical arguments to rule out a particle ontology in the case of non-relativistic quantum field theory, I show how the existence of black holes makes the proposal of a particle ontology in general spacetimes unfeasible. I conclude by proposing a provisional pluralistic ontology of fields and spacetime and discussing some prospects for possible future ontological economies. (shrink)

This work presents a post-positivist research framework to explain any surprising fact in the evolutionary path of a complex, dynamic and contingent social phenomenon. Primarily, it reconciles the ontological and epistemological assumptions of Critical Realism with the principles of American Pragmatism. Then, the research approach is presented: theoretical propositions about a social structure are translated into a set of grammar rules that acknowledges a pattern of sequences of events of either individual action or social interaction between actors within a real (...) social system. The result is a discrete mathematical model for a concrete category of social process based on these rules. Finally, data-grounded refinement of the theory is possible by the comparison between cases belonging to the same category, but differing about some contingent pattern of sequences of event outcomes. Consequently, their grammars differ in some pairs of context-sensitive rules that can explain this surprising fact, such that the derivation of this alternative historical trajectory of event outcomes becomes an extension to the early category of social process. In this sense, the proposed framework suggests there is a hierarchy of classes of grammars for middle-range explanations based upon the ontological assumption of the generative nature of social reality. (shrink)

We provide a 'verisimilitudinarian' analysis of the well-known Linda paradox or conjunction fallacy, i.e., the fact that most people judge the probability of the conjunctive statement "Linda is a bank teller and is active in the feminist movement" (B & F) as more probable than the isolated statement "Linda is a bank teller" (B), contrary to an uncontroversial principle of probability theory. The basic idea is that experimental participants may judge B & F a better hypothesis about Linda as compared (...) to B because they evaluate B & F as more verisimilar than B. In fact, the hypothesis "feminist bank teller", while less likely to be true than "bank teller", may well be a better approximation to the truth about Linda. (shrink)

I present a formal ontological theory where the basic building blocks of the world can be either things or events. In any case, the result is a Parmenidean worldview where change is not a global property. What we understand by change manifests as asymmetries in the pattern of the world-lines that constitute 4-dimensional existents. I maintain that such a view is in accord with current scientific knowledge.

Conceptual engineering is the method for assessing and improving our concepts. However, little has been written about how best to conceive of concepts for the purposes of conceptual engineering. In this paper, I aim to fill this foundational gap, proceeding in three main steps: First, I propose a methodological framework for evaluating the conduciveness of a given concept of concept for conceptual engineering. Then, I develop a typology that contrasts two competing concepts of concept that can be used in conceptual (...) engineering — namely, the philosophical and psychological ones. Finally, I evaluate these two concepts of concept using the proposed methodological framework and I show that, when it comes to making conceptual engineering an actionable method, the psychological concept of concept outclasses its philosophical counterpart on all counts. This provides a baseline from which the concept of concept can be further improved for the purposes of conceptual engineering. (shrink)

A supertask consists in the performance of an infinite number of actions in a finite time. I show that any attempt to carry out a supertask will produce a divergence of the curvature of spacetime, resulting in the formation of a black hole. I maintain that supertaks, contrarily to a popular view among philosophers, are physically impossible. Supertasks, literally, collapse under their own weight.

I argue that there are no physical singularities in space–time. Singular space–time models do not belong to the ontology of the world, because of a simple reason: they are concepts, defective solutions of Einstein’s field equations. I discuss the actual implication of the so-called singularity theorems. In remarking the confusion and fog that emerge from the reification of singularities I hope to contribute to a better understanding of the possibilities and limits of the theory of general relativity.

Starting from the sixties of the past century theory change has become a main concern of philosophy of science. Two of the best known formal accounts of theory change are the post-Popperian theories of verisimilitude (PPV for short) and the AGM theory of belief change (AGM for short). In this paper, we will investigate the conceptual relations between PPV and AGM and, in particular, we will ask whether the AGM rules for theory change are effective means for approaching the truth, (...) i.e., for achieving the cognitive aim of science pointed out by PPV. First, the key ideas of PPV and AGM and their application to a particular kind of propositional theories - the so called "conjunctive propositions" - will be illustrated. Afterwards, we will prove that, as far as conjunctive propositions are concerned, AGM belief change is an effective tool for approaching the truth. (shrink)

I present in this note an alternative answer to the princesses' earring problem, found in the first chapter of Cezar Augusto Mortari's book "Introdução à Lógica”.

Una biografía y análisis de la obra del filósofo argentino-canadiense Mario Bunge.

I argue in this dissertation that natural properties play a central role in David Lewis' modal realism. To argue in favor of this thesis I present: a bottom-up explanation of a top-down possible world metaphysics; a new definition of natural properties and natural fusion, a new mereological operation. To achieve these aims, in the first chapter, I contextualize the discussion, in the second I resume the discussion about universals in contemporary philosophy and argue that, considering the distinct formulations of the (...) problem, class nominalism combined with modal realism might be the best solution. Furthermore, I discuss Devitt's solution in which he defends that the problem about universals is, in fact, a pseudo problem. In the third chapter, I introduce a minimal ontology of properties, regarding natural properties, I discuss the existing definitions, present a new one and discuss some theories of similarity, a notion that is in the core of the definition I propose. Besides, I present how natural properties benefit the definition of terms of nomological package, linked to its fundamentality role. I also present some applications related to the rationality role that encompass some well-known philosophical problems of the second half of 20th century. In the fourth chapter, I present some varieties of philosophical realism, I consider the theoretical advantages of taking scientific realism as background and I discuss one more utility of natural properties, the solution to the problem of eligibility of reference or, the Putnam's paradox. In the fifth chapter, I discuss how mereology is important to link several aspects of Lewis' modal realism. For such, I discuss the relation between composition as identity and ontological innocence of mereology and I present the natural fusion mereology, a new mereological operation that aims to minimize the problems of unrestricted composition. (shrink)

Philosophical problems about the part-whole relation have been discussed throughout the history of philosophy, at least since Plato and Aristotle. In contemporary philosophy, the understanding of these issues has benefited from the formal tools of Classical Extensional Mereology. This paper aims is to defend mereological restrictivism against some constraints imposed by the vagueness argument. To achieve this, the paper is divided into three parts. In the first, I introduce the special composition question (hereafter SCQ) as formulated by [Van Inwagen, 1990] (...) and briefly present the three sets of theories that proffer answers to it. In the second part, I focus on the vagueness argument, that was presented by [Lewis, 1986, ] and [Sider, 2007, ] to defend mereological universalism. In the third section, I introduce the theory of natural properties by David Lewis. From this theory, I propose a new mereological operation labeled as natural fusion. The purpose of this operation is to falsify one of the premises of the vagueness argument. Then, I discuss some examples and counter-examples to natural fusion. (shrink)

I discuss the ontological assumptions and implications of General Relativity. I maintain that General Relativity is a theory about gravitational fields, not about space-time. The latter is a more basic ontological category, that emerges from physical relations among all existents. I also argue that there are no physical singularities in space-time. Singular space-time models do not belong to the ontology of the world: they are not things but concepts, i.e. defective solutions of Einstein’s field equations. I briefly discuss the actual (...) implication of the so-called singularity theorems in General Relativity and some problems related to ontological assumptions of Quantum Gravity. (shrink)

It is a remarkable fact that all processes occurring in the observable universe are irre- versible, whereas the equations through which the fundamental laws of physics are formu- lated are invariant under time reversal. The emergence of irreversibility from the funda- mental laws has been a topic of consideration by physicists, astronomers and philosophers since Boltzmann's formulation of his famous \H" theorem. In this paper we shall discuss some aspects of this problem and its connection with the dynamics of space-time, (...) within the framework of modern cosmology. We conclude that the existence of cosmological horizons allows a coupling of the global state of the universe with the local events deter- mined through electromagnetic processes. (shrink)

The aim of this paper is to clarify the truth-functional interpretation of the logical connective of the material implication. The importance of such clarification lies in the fact that it allows avoiding the supposed paradoxes introduced by C. I. Lewis (1918). I argue that an adequate understanding of the history and purposes of logic is enough to dissolve them away. The defense is based on an exposition of propositional compositionalism. To compare, I also present Stalnaker’s (1968) alternative that seeks to (...) explain the implicit concept of conditionality of conditionals assertions. In order to reinforce my aim I expound the twelve different meanings of ‘implication’ stated by Corcoran (1993) in order to hold that a proper understanding of these meanings allows us to avoid ambiguities and confusions. Finally, I expect to show that despite the possible alternatives, compositionalism is still the best explanation for the truth-functionality account of logical connectives. (shrink)

I present a discussion of some issues in the ontology of spacetime. After a characterisation of the controversies among relationists, substantivalists, eternalists, and presentists, I offer a new argument for rejecting presentism, the doctrine that only present objects exist. Then, I outline and defend a form of spacetime realism that I call event substantivalism. I propose an ontological theory for the emergence of spacetime from more basic entities. Finally, I argue that a relational theory of pre-geometric entities can give rise (...) to substantival spacetime in such a way that relationism and substantivalism are not necessarily opposed positions, but rather complementary. In an appendix I give axiomatic formulations of my ontological views. (shrink)

Objective of the study: To analyze the costs and profits of sugarcane production regarding the cultural practices of sugarcane suppliers. Methodology/approach: This study positions itself in this gap by comparatively analyzing 6 types of cultural practices: unraveling, windrowing, application of correctives, herbicides, insecticides and fertilizers, with the option of two systems Fixed rate (TF) and Variable rate (TV). Originality/Relevance: Brazil is a world reference in sugarcane production, with the State of São Paulo being the largest Brazilian producer. However, for sugarcane (...) suppliers to maintain this activity there is a need to reduce production costs and increase profitability/ha. However, there is a theoretical-practical gap in the financial assessment (costs and profits) of different cultural practices inherent to sugarcane production. Main results: The results demonstrated that the costs of cultural practices represent more than 30% of the total sugarcane production costs. The TF system proved to be more cost-efficient in the following operations: correctives, herbicides and insecticides. In the application of fertilizers, the TV system, in broadcast mode, had the best result. Finally, the profit/ton was R$1.70, demonstrating a very low profit margin/ha given the risk of the activity. Theoretical/methodological contributions: The sample for this research comprised 55 sugarcane suppliers from the State of São Paulo, whose data were obtained through a survey. The comparative analysis was based on the difference in costs of cultural practices and the estimation of the level of certainty (profit/costs), analyzed through the cumulative frequency carried out through the Monte Carlo Simulation (SMC). (shrink)

La filosofía científica es filosofía informada por la ciencia, que usa herramientas exactas como la lógica y la matemática, y proporciona a la actividad científica de un marco donde dirimir las cuestiones más generales sobre la naturaleza, el lenguaje que usamos para describirla, y el conocimiento que de ella obtenemos. Muchas teorías de la filosofía científica pueden ser contrastadas y evaluadas utilizando evidencia científica. En este artículo me concentro en caracterizar a la filosofía científica y en discutir los límites de (...) la ciencia. (shrink)

Black holes are extremely relativistic objects. Physical processes around them occur in a regime where the gravitational field is extremely intense. Under such conditions, our representations of space, time, gravity, and thermodynamics are pushed to their limits. In such a situation philosophical issues naturally arise. In this chapter I review some philosophical questions related to black holes. In particular, the relevance of black holes for the metaphysical dispute between presentists and eternalists, the origin of the second law of thermadynamics and (...) its relation to black holes, the problem of information, black holes and hypercomputing, the nature of determinsim, and the breakdown of predictability in black hole space-times. I maintain that black hole physics can be used to illuminate some important problems in the border between science and philosophy, either epistemology and ontology. (shrink)

This is the introductory essay to the Italian translation of Anthony de Jasay's "Choice, contract, and consent. A restatement of liberalism".

Essa comunicação possui dois objetivos. Em primeiro lugar, pretendo esboçar as diferentes alternativas teóricas contemporâneas que procuram responder ao conhecido “ problema dos universais”. Para isso, apresentamos os nominalismos de predicados, classes, semelhanças e a teoria de tropos. Em segundo lugar, pretendo mostrar, inspirado no trabalho de David Lewis, como o nominalismo de classes, a noção de propriedade natural e uma teoria de mundos possíveis prometem resolver o problema em questão.

While virtually everyone recognizes the moral permissibility of whistleblowing under certain circumstances, most theorists offer relatively conservative accounts of when it is allowed, and are reluctant to offer a full recommendation of the practice as an important tool towards addressing ethical failures in the workplace. We think that accounts such as these tend to overestimate the importance of professional or personal obligations, and underestimate the moral obligation to shine light on severe professional malfeasance. Of course, a whistleblower, even an anonymous (...) one, often faces serious threats of retaliation and harm to their professional livelihoods and well-being. To address these challenges we argue in favor of a practice that we will call Preemptive Anonymous Whistleblowing (PAW). Such whistleblowing is preemptive in that a whistleblower provides information about malfeasance to a party in a position to do something about it without first raising the worry to one’s immediate superiors. At first blush, such preemption may seem unsettling, and PAW admittedly raises a number of worrisome issues. We defend PAW, however, as part of a larger argument that whistleblowing is morally required more often than is commonly thought. The availability of PAW as an option provides a method for allaying the concern that whistleblowing can be overly burdensome due to the risks of job and career. Insofar as that concern can be allayed, it is feasible for there to be substantial moral requirements to engage in whistleblowing in cases where severe harms can be prevented. With high enough stakes, there is a moral requirement for whistleblowing. (shrink)

Entende-se que os experimentos mentais são dispositivos da imaginação que podem nos fornecer crenças que constituem conhecimento. John D. Norton apresentou uma abordagem que se tornou influente para explicar como os experimentos mentais científicos podem produzir novos conhecimentos so- bre o mundo. Ele afirma que não há nada distintivo nos experimentos men- tais, uma vez que sustenta que eles funcionam exatamente como argumen- tos. Neste artigo, contestamos sua abordagem. Examinamos aspectos essen- ciais de sua abordagem, que envolvem as noções de (...) “argumento” e “inferên- cia” para mostrar que um sujeito que chega a saber algo através da execução ou condução de um experimento mental dificilmente será considerado como tendo efetivamente executado um argumento ou um processo de raciocínio inferencial. (shrink)

n the first part of the paper I will present Pritchard’s approach to Wittgenstein’s notion of hinge commitments, which is essential to his solution to the closure-based sceptical arguments. And, in the second par of the paper, I will raise some concerns that I have regarding Pritchard’s non-belief reading of the hinge commitments. In the third and final part, I make some concluding remarks regarding Pritchard’s overall strategy to solve the closure-based sceptical paradox.

This paper contains five observations concerning the intended meaning of the intuitionistic logical constants: (1) if the explanations of this meaning are to be based on a non-decidable concept, that concept should not be that of `proof"; (2) Kreisel"s explanations using extra clauses can be significantly simplified; (3) the impredicativity of the definition of → can be easily and safely ameliorated; (4) the definition of → in terms of `proofs from premises" results in a loss of the inductive character of (...) the definitions of ∨ and ∃ and (5) the same occurs with the definition of ∀ in terms of `proofs with free variables". (shrink)

There is a difference between the tasks of interpreting Sextus Empiricus and contesting his arguments. Usually, one does the latter relying on some version of the former. Though this seems obvious, it is easy to make mistakes in this endeavor. From this point, I draw two basic recommendations which we should follow, lest we take Sextus to hold implausible positions regarding his Five Modes. However, these recommendations lead us to interpret Sextus’ Pyrrhonism as a limited skepticism. In the final section, (...) as I suggest a counter-example to this commitment, I reconsider the notion of infinite (apeiron) in the Five Modes to better explain interpretation and criticism of Sextus’ arguments. (shrink)

I present a condensed exposé of systemic materialism, a synthesis of materialism and systemism originally proposed by Mario Bunge. Matter is identified with mutability of propertied particulars, and a concrete or material system is defined as an object with composition, structure, mechanism, and environment. I review different aspects of this ontology, and discuss some of its implications for epistemology, ethics, and aesthetics. I also try to identify some problems of this view and offer some ways to overcome the difficulties. I (...) conclude that systemic materialism is a promising philosophical project still in the making. (shrink)

A chapter of the book Elogio del Cientificismo.

The Kalam Cosmological Argument is perhaps the most solid and widely discussed argument for a caused creation of the universe. The usual objections to the argument mainly focus on the second premise. In this paper we discuss the dependency of the first premise on the topological structure of the space-time manifold adopted for the underlying cosmological model. It is shown that in chronology-violating space-times the first premise can also be violated. The chronology-violation, in turn, requires a massive violation of the (...) so-called energy conditions which might have observational effects that are briefly discussed here. Hence, astronomical observations could be relevant for the validity of the metaphysical argument. In this sense, it is possible to talk of “observational theology”. (shrink)

Este trabajo se propone dos objetivos, uno descriptivo y otro propositivo. El descriptivo consiste en el análisis de la crítica que realiza E. Cioran, a lo largo de su obra, a la concepción humanista del ser humano Nuestro filósofo pone en cuestión la arrogancia del hombre que se coloca en el lugar fundamental y de supremacía en el ámbito de la vida, lugar que le sirve de justificación para conquistar, apropiarse y aniquilar a la naturaleza y al resto de los (...) vivientes. Por otro lado, en términos propositivos, me interesa plantear la cuestión de la animalidad(el animal que es el ser humano, y los animales no humanos) porque permite poner en cuestión esa concepción humanista, y pensar nuevos modos de ser-con lo viviente. En este sentido, sostengo a lo largo del trabajo que la filosofía de Cioran permite pensar una noción de lo humano atravesada por la animalidad, noción cioraneana que desarma("descompone") la arrogancia de los humanismos. Para ello me serviré de la problemática de la muerte como inmanente a la vida y de la crítica de Cioran a la noción de propiedad. (shrink)

This essay is an extended reflection on the relationship between death and love expressed in a fragment from Song of Songs 8:6: «Strong as death is love». The passage will be analyzed through a Jewish, Orthodox, and Catholic exegesis and literary reflection. In particular, the essay describes the role of a particular form of love (eros) within a particular form of education (education at the end of time). While eros has frequently been ignored or resigned to a purely sexualized role, (...) we will look closely at Augustine’s eulogy of his mother, Monica, in the Confessions, suggesting that perhaps the most visceral expression of eros is to be found in the phenomenology of death. We will also draw on the phenomenological manifestation of death by looking to the rich description of dying provided by Leo Tolstoy in his novella, The Death of Ivan Ilych. Together these investigations of eros and education yield a «curriculum of death», which draws on the re-conceptualist notion of curriculum. Our claim is that this curriculum of death offers a sense of urgency and seriousness found lacking in schools today, where death abounds, but is rarely if ever addressed in a humanistic way. This final methodological emphasis on the humanities elucidates more directly and critically the role of research for a curriculum of death within the dominance of social science in the field of education. (shrink)

This brief review of Mario Bunge’s research on physics begins with an analysis of his masterpiece Foundations of Physics, and then it discusses his other contributions to the philosophy of physics. Following that is a summary of his more recent reactions to scientific discoveries in physics and a discussion of his position about non-locality in quantum mechanics, as well as his changing opinions on the nature of spacetime. The paper ends with a brief assessment of Bunge’s legacy concerning the foundations (...) of physics. (shrink)

After outlining a common critique in selected texts by Paulo Freire and Benedict XVI, we turn beyond the individual thinkers and into the mystagogy of their common religious traditions, beginning with an extended description of the Jewish ritual of Passover, foundational to a description of the Catholic celebration of the Eucharist to follow, but also definitive in its own right. In describing these two rituals we find a fuller consideration of the constructive responses by Freire and Benedict to the institutional (...) objectification of the human person in the eros of the common meal. This is the mysterious freedom of eros that is a necessary condition for the possibility of true and lasting communion, essential for any liberating education and often missing in Marxist and other accounts of critical pedagogy that ignore its theological roots. Rather than reacting to these limits to the present, well-known literature, we carve out an alternate path. (shrink)

We show how a semantics based on Aristotle’s texts and ecthetic proofs can be reconstructed. All truth conditions are given by means of set inclusion. Perfect syllogisms reveal to be valid arguments that deserve a validity proof. It turns out of these proofs that transitivity of set inclusion is the necessary and sufficient condition for the validity and perfection of a syllogism. The proofs of validity for imperfect syllogisms are direct proofs without conversion in a calculus of natural deduction. Transitivity (...) of set inclusion turns out to be a necessary condition for the validity of imperfect syllogisms. As a consequence, it can be established what the main metalogical difference between a perfect and an imperfect syllogism is. The validity of the laws of conversion is also obtained by direct proofs. Finally, it is shown that and explained why some imperfect syllogisms satisfy the definition of a perfect syllogism. (shrink)

I offer a commentary and criticism of the work Physical time within human time by Gruber, R. P., Block, R. A., and Montemayor, C. (2022). Front. Psychol. 13:718505. doi: 10.3389/fpsyg.2022.718505. Issues in the philosophy of time and the brain construction of time are discussed.

The present article is the third part of a trilogy of papers, devoted to analysing the influence of semantic Platonism on contemporary philosophy of language. In Part I (Picazo 2021), the discussion was set out by examining a number of typical traces of Platonism in semantic theory since Frege. In Part II (Picazo 2021a), additional illustrations of such traces were provided, taken from a collection of recent commissioned essays on the philosophy of language (Schantz 2012). The present part is devoted (...) to providing yet additional illustrations of such traces, taken from a collection of classic essays on the subject: the book Modern Philosophy of Language, edited by Maria Baghramian in 1998. We shall, thus, describe a number of examples in which the influence of semantic Platonism on these essays can be felt. Prominent among these examples are the confusion between sentences and propositions (and related confusions), the avoidant attitude with respect to basic aspects of linguistic meaning, the overuse of analytic methodology for semantic research, the adoption of a background Platonic metaphysics of meanings and the overreaction against semantic Platonism and germane views, witnessing an inverse influence (‘by opposition’) from these views. (shrink)

Closed time-like curves (CTCs) naturally appear in a variety of chronology-violating space{times. In these space{times, the principle of self-consistency demands a harmony between local and global a airs that excludes grandfather-like paradoxes. However, selfexisting objects trapped in CTCs are not seemingly avoided by the standard interpretation of this principle, usually constrained to a dynamical framework. In this letter we discuss whether we are committed to accept an ontology with self-existing objects if CTCs actually occur in the universe. In addition, the (...) epistemological status of the principle of self-consistency is analyzed and a discussion on the information flux through CTCs is presented. (shrink)

Conceptual engineering means to provide a method to assess and improve our concepts working as cognitive devices. But conceptual engineering still lacks an account of what concepts are (as cognitive devices) and of what engineering is (in the case of cognition). And without such prior understanding of its subject matter, or so it is claimed here, conceptual engineering is bound to remain useless, merely operating as a piecemeal approach, with no overall grip on its target domain. The purpose of this (...) programmatic paper is to overcome this knowledge gap by providing some guidelines for developing the theories of concepts and of cognition that will ground the systematic unified framework needed to effectively implement conceptual engineering as a widely applicable method for the cognitive optimization of our conceptual devices. (shrink)

I offer a theory of art that is based on science. I maintain that, as any other human activity, art can be studied with the tools of science. This does not mean that art is scientific, but aesthetics, the theory of art, can be formulated in accord with our scientific knowledge. I present elucidations of the concepts of aesthetic experience, art, work of art, artistic movement, and I discuss the ontological status of artworks from the point of view of scientific (...) philosophy. (shrink)

A survey of some game-theoretic accounts of the emergence and evolution of spontaneuous cooperation in social and public-good dilemmas.

In Metaphysics A.4, Aristotle provides crucial information about fundamental aspects of the chemistry and microphysics of the atomic theory of Leucippus and Democritus of Abdera. Besides the plenum and the void, which he identifies as the elements of the atomic theory, he presents what he himself names as differences. These fundamental differences are named so because they ought to be responsible for the emergence of all other differences in the physical world, and especially the ones that hit our senses. Aristotle (...) provides a list of three differences both in what is recognized as autochthonous terminology from Leucippus and Democritus, and in a translation to terms apparently more intelligible to Aristotelian listeners. Among those differences there is one in particular that is harder to comprehend than the other ones: rhysmos. Aristotle’s translation of rhysmos into schēma has led most interpreters to acknowledge that it referred solely to atoms individually, while the other two differences would refer to relations between atoms. In this paper, I want to propose an interpretation in which rhysmos actually refers to several aspects of the chemistry and microphysics of the atomic theory. (shrink)